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segunda-feira, setembro 12, 2011

Mãe de Deus ( adaptação do poema de Sartre).

Este poema foi declamado no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, por Sérgio Fernandes,
 Domingo, 21 de agosto de 2011, na missa das 10h da manhã.

MÃE DE DEUS

 A Virgem está pálida e contempla o menino.
 O que dizer daquela expressão de perplexidade que foi vista uma única vez num semblante humano?!...
 Porque o Cristo é o seu filho, a carne da sua carne, e o fruto do seu ventre.
 Ela o carregou por nove meses, vai lhe oferecer o seio e o seu leite se tornará o sangue de Deus.

 Em alguns momentos, no êxtase da maternidade,
 Ela aperta o Filho de Deus em seus braços e sussurra: meu filhinho!
 Mas, em outros momentos, imóvel pensa: Deus está aqui!...
 E é tomada por uma admiração religiosa por esse Deus pequenino,
 Por esse menino que, de certa forma, causa medo.

 Todas as mães, por um instante, ficam assustadas
 Diante daquele fragmento rebelde da sua própria carne que é (seu) filho.
 E se sentem exiladas diante dessa nova vida feita da (sua) própria vida,
 Mas que contém outros pensamentos!...

 Maria está consciente que o Cristo é o seu filho, a sua criança, e que, ao mesmo  tempo, é Deus.
 Ela o contempla e pensa: este Deus é o meu filho!...Esta carne é a minha carne!
 É feito de mim, tem os meus olhos!
 E a forma da sua boca é semelhante à minha boca.
 Ele se parece comigo.
 É Deus e se parece comigo!!!...

 Nenhuma mulher teve a sorte de ter o seu Deus só para si...
(Maria é bendita entre todas as mulheres!)
 Um Deus menino que se pode abraçar e cobrir de beijos.
 Um Deus quente, que sorri, que respira.
 Um Deus que está vivo e que se pode tocar!...

Maria: mulher com pureza de menina!...
Maria, tão humana
Com uma missão tão divina!...

É nesse momento que eu a pintaria, se eu fosse pintor!

Assim, em meio a tanta alegria
Quem acreditaria na profecia do velho Simeão?!
“Uma espada de dor transpassará seu coração!”

E agora?
- Eis a contradição:
Vejo Maria com o Filho nos braços
No desenrolar da História de nossa salvação.
Não o menino, como na cena que me comove de verdade...
Vejo Maria com seu Filho morto!
Vejo o sangue de Deus que escorre,
Lavando os pecados da Humanidade!
Vejo Maria perplexa, porém serena,
Na bela imagem da Mãe da Piedade!...
A boca entreaberta numa prece silenciosa
O coração pela dor transpassado
O olhar distante, talvez antevendo
A glória do seu Filho amado!...

Se pintor eu fosse, também registraria essa cena
Com cores vibrantes, fortes...
Capazes de encobrir
 as sombras da morte!...
Com pinceladas tênues, eu colocaria em evidência
 Não a cena crua,
 Mas a transcendência!...

Mãe da Piedade, Estrela da primeira e da nova evangelização!
Guia nossos passos
Proteja nossas vidas
Ensina-nos o perdão!...

Tira do mundo a maldade
Intercede a Deus por nós, Senhora da Piedade!

Crucificaram seu Filho
Mataram o nosso Rei...
Porém, o amor de Deus é mais forte do que a morte.
“Ele está no meio de nós!”
Cristo não passou!...
Senhora da Piedade, seu Filho vive para sempre.
ELE ressuscitou!...

(Adaptação do poema Mãe de Deus, de Jean Paul Sartre, por Bernadete Valadares).
 2011 - ano do XLIX Jubileu de Nossa Senhora da Piedade – Felixlândia / MG.



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